segunda-feira, 13 de agosto de 2012

21º Depoimento: Gastrosquise


  O Pedro Henrique está com 4 meses, nasceu com gastrosquise no Hospital Santa Helena em Florianópolis/Santa Catarina.



Depoimento:

    Descobri que meu filho tinha gastrosquise com 12 semanas de gestação, durante o ultrassom. Fiquei sem chão naquele momento, o médico que fez o ultra me deu o resultado na hora e mandou eu levar para a ginecologista, pois ela teria mais conhecimento para me explicar. Eu e meu esposo saímos dali e fomos direto para a minha ginecologista, chegando lá ela disse que gastrosquise era uma hérnia e explicou que ao nascer teria que fazer a correção, mas disse que também não tinha muito conhecimento nisso e me encaminhou para outro ginecologista. Marquei a consulta com ele, que já me explicou diferente o problema do meu bebê, que não era uma hérnia como minha ginecologista explicou, e sim que o intestino se formou na parte externa da barriguinha, mas ele me disse que seria bem tranquilo, que meu filho ia ser uma criança normal, só que teria que passar pela cirurgia, também disse que não teria como ele nascer na minha cidade, então me encaminhou para Florianópolis. Marquei minha consulta lá e comecei a fazer meu pré natal, o obstetra de lá entendia muito melhor do caso e já tinha feito vários partos em que os bebês tinham essa má formação, bem diferente dos médicos da minha cidade.

    Mas eu não parava de pensar e pesquisava na internet, que é a pior coisa né?! Fiquei desesperada quando vi um vídeo de gastrosquise, mas também teve lado bom, pois conheci mamães como a Rosi, a Camila, a Paulinha entre outras, que já haviam passado por isso e que me deixaram muito tranquila. Enfim, meu parto foi marcado para o dia 13/04/2012, e no dia 12/04/2012 entrei em trabalho de parto, o Pedro Henrique nasceu às 21:45h., com 2.650kg e com 45cm, os médicos me mostraram o rostinho dele super rápido e já levaram para fazer a cirurgia, fiquei muito triste de não ficar ali com ele, de não poder pegá-lo no colo, mas tive muita esperança que iria dar tudo certo. 

    O Pedro foi operado e os médicos falaram que a cirurgia tinha sido um sucesso, na primeira noite não pude vê-lo, mas meu marido foi na neo viu ele e bateu várias fotos para mim ver. No dia seguinte fui na neo, fiquei muito triste vendo ele sedado, todo picado, me segurava muito para não chorar ali perto dele, mas era muito doído ver ele ali. O Pedro Henrique ficou 3 dias na ventilação mecânica, no 5º dia peguei ele no colo, no 9º dia ele começou a mamar e já estava fazendo cocô normal. Graças a Deus e aos médicos a recuperação dele foi ótima, foram 15 dias de UTI, mas hoje ele está lindo e muito forte, ele foi um guerreiro! Obrigada Tamires Cardoso Costa http://www.facebook.com/#!/tamires.cardosocosta





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Peço as mães que precisam de ajuda que deixem os comentários com algum contato, pra conseguirmos ajudá-las. Beijos Camila! 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

20º Depoimento: Gastrosquise

    A Monique nasceu com gastrosquise, no Hospital da Criança Conceição em Porto Alegre/RS. Hoje está com 4 aninhos.




   Meu nome é Luciane, sou de Pelotas/Rio Grande do Sul, sou casada, trabalho, estudo e tenho 3 filhos, então já deu para imaginar o porque muitos ainda não tinham lido minha história, aliás da minha filha Monique, a minha guerreira. Eu queria muito engravidar e o meu marido queria muito também. Já fazia um ano e meio que não me prevenia e foi quando veio a notícia que eu estava grávida! Comecei a fazer meu pré natal pelo convênio do meu marido, estava tudo bem até aquele dia.     

   Quando estava com 15 semanas fui fazer um ultrassom, meu filho de 7 anos foi junto comigo, o médico começou a fazer o exame, em seguida parou e saiu da sala, eu fiquei olhando aquela imagem e sem saber de nada, uma enfermeira retirou meu filho da sala e o médico voltou acompanhado de outra médica para me dar a notícia de que minha filha tinha gastrosquise. Bom, me deram aquele monte informações, tentando me "acalmar", o que não adiantou nada, o chão se abriu e eu desabei, eu chorei muito e eu não conseguia nem caminhar de tanto que chorei quando me falaram que minha filha tinha e poderia ter mais várias má formações. Ela tinha vários buraquinhos no coração, além da gastrosquise.   

    Depois de ser arrastada até em casa pelo meu marido e meu filho que só chorava e não entendia nada, fui para minha médica do convênio e ela me disse que não tinha capacidade de "cuidar" de nós, que era para mim procurar um médico bem conhecido na cidade, apesar da corrida que ela me deu, fui procurar o tal do médico. Sofri demais até chegar nele, até que o dia chegou, ele reuniu os exames que levei e com a equipe médica constataram que eu era muito nova e não merecia um filho assim, que o indicado seria o aborto afinal eu corria risco de vida e se eu deixasse o bebê nascer seria pior, pois uma mãe não quer que o filho seja retalhado braços e pernas para enxertar o abdomen e que daqui há seis meses eu engravidasse novamente! A proposta era essa: ficar grávida até o fim de semana passar, que segunda seria feita a interrupção!      

    Eu não preciso dizer que eu chorei muito, que me revoltei com Deus e que eu não acreditava em mais nada né? Bem, nem eu nem meu marido, aliás deu muita tristeza em todos, era todo mundo falando uma coisa diferente, cada um dava uma opinião e até que chegou a tal segunda feira, eu mais morta do que viva, sofri mais do que nunca, me senti sozinha, desamparada por Deus e eu na realidade estava ali com os comprimidos para matar minha filha e não conseguia acreditar que tudo acabaria, mas falei ao meu marido que eu não queria tirar e queria dar a chance dela lutar pela sua vidinha e ele foi a luta. Foi em pediatras fora do hospital, buscou se inteirar de tudo na internet sobre o assunto e me ligava não toma nem água e eu lá com elas me falando "vamos dar início ao procedimento", eu ali firme nem água, parecia até crime nós querermos nossa filha e foi que no outro dia eu disse que lutaríamos pela vida deste bebê e não de outro "novinho" sem "defeitos". Foi cruel porque fomos contra tudo e todos, e contra médico já viu né!? 

  

   Bem, a luta só começou, fomos para Porto Alegre de cortesia, nós tínhamos grandes dificuldades financeiras nessa época. Fomos em alguns hospitais no dia em que chegamos, enquanto meu marido fazia ficha em um, eu era atendida em outro, pois não entendíamos o que estava acontecendo, um falava uma coisa, outro não dava bola, outro explicava mal. Foi quando entrei na internet de noite, pois em casa eu não tinha, e descobri algumas mães que me ajudaram muito, primeiro a Rossana, depois a Ciara que se jogou de cabeça para me ajudar, me encontrou no outro dia e eu conheci o filho dela o Gabriel, lindo, forte, cheio de vida. Foi como o sol depois de dias bem nublados! Me deu todos os passos, deu muito desencontro, deu encontros, a luta foi a cada 15 dias, viajando quase dez horas por dia naqueles ônibus da prefeitura, que por sinal sofri muitas humilhações pelo fato de estar contra a medicina de Pelotas, mesmo assim tive que enfrentar as consultas de "rotina" com aqueles que me tratavam como um "e.t.", mas pra quem era pra já estar fora do sistema estava bom!    

    Bom, passaram longos meses entre meu desespero e calma, minha falta de fé e muita fé, fui a Porto Alegre perdendo líquido no ônibus, fui louca de medo dela nascer em Pelotas, cheguei lá e fui para o quarto, fiquei mais 8 dias internada até que fui fazer o exame do líquido amniótico e deu que não tinha, ela estava em sofrimento. O coração dela quase parou nas tentativas, eu estava sozinha em Porto Alegre, foi muito repentino e fui as pressas para o bloco e eu ali parece que congelei, senti muito medo, medo de perdê-la, mas fomos com Jesus ao meu lado, pois se eu tinha chegado até ali, ele não iria me abandonar. Ela nasceu com 35 semanas, mal pude vê-la, a noite com muita má vontade da enfermeira, eu tomei banho sozinha para convencê-la que eu estava "bem" para conhecer minha filha que estava no Hospital da Criança Conceição, o mesmo do Gabriel que me encheu de coragem com o brilho dos olhos.    

    A Monique ficou muito mal nos primeiros dias, a maior gastrosquise do Conceição, uma das coisas que eu escutava é que era o bebê com caso mais grave de todo hospital. Doeu muito todos aqueles dias de insegurança, duas pneumonias, 6 intervenções cirúrgicas e 34 dias de recuperação, muita fé, muita força, muito chorei sozinha numa cidade longe da minha, sem ninguém, fiquei em albergue e graças a Deus eu só voltei com minha filha nos braços, mas eu tive sim muita fé, eu imaginava ela cantando, sorrindo, dançando para não chorar perto dela. Vencemos o aborto, depois Deus nos guiou. Tenho que terminar pois eu sei de cada passo que tive que lutar pela minha filha que foi rejeitada na minha cidade, que não a deram nenhuma chance de sobrevivência, isso dói, mas Deus cuida de tudo, me colocou pessoas preciosas no meu caminho, existem pessoas maravilhosas  na comunidade do orkut que muito me ajudaram, tudo que Deus nos envia nessas horas, Obrigada! Luciane Cunha, facebook:  https://www.facebook.com/luciane.m.cunha






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